segunda-feira, agosto 28, 2006

Sobre honra e a falta dela


No dia 29/ago/1553 morria o último dos reis incas , de fato, o líder ATAHUALPA. Chegou com seu exército de 80.000 homens e foi vencido por Pizarro à traição. Desde o princípio, a invasão branca das Américas foi banhada em sangue, sobre bases podres de cobiça, intolerância e traição.

E com estas, fêz-se o novo mundo, um mundo no qual os "interesses" das multinacionais eram mais importantes que as do povo, e estas mandavam guerras, "libertadores" e ditadores. Desde que conseguissem o que queriam. Assim a América se fez.

Melhor seria não ter sido.

domingo, agosto 27, 2006

De coisas comuns

A árvore da liberdade deve ser regada de tempos em tempos com o sangue dos patriotas...
Thomas Jefferson, 1787

Nos turbulentos tempos que se seguem (turbulentos mesmo, das invasões ao Líbano aos ataques do PCC), freqüentemente penso na frase acima, uma potente frase de um dos grandes heróis dos estadunidenses. Esta frase é de certo modo ambígua, e o entendimento mais comum para ela que eu tenho visto é a idéia de que os cidadãos de um país, para cumprir seu dever, devem combater qualquer ameaça ao maior de seus direitos inalienáveis: o de liberdade.

Embora esta interpretação tenha seu valor, eu penso de outro modo. Creio que na verdade, Thomas Jefferson percebeu um ponto importante da história da humanidade, que é justamente o fato de que a liberdade é uma coisa fugidia e, diferentemente do que pensamos, que o conceito de que ela sempre foi nosso direito é bem mais nebuloso do que pensamos. Pela história da humanidade sempre houve grupos de pessoas que coibiram a liberdade de outrem por n motivos, mas em geral todos com o mesmo pano de fundo: a incapacidade que o grupo subjugado tem de gerir a si próprio. É como na lei brasileira de hoje, que diz que apenas na maioridade legal você se torna capaz de tomar decisões. Antes disso ou você é incapaz, ou parcialmente capaz de tomar decisões sendo assistido por alguém que seja responsável por você. É claro que na verdade o que os “responsáveis” por outros grupos querem é uma forma de poder, diferente (mas não muito) de seu pai e sua mãe.

Como este conceito de incapacidade se arrastou da Suméria até a hoje, passando pela questão do fardo da civilização até as ditaduras, pergunto na verdade o quanto do conceito de liberdade como direito inalienável está correto. Parece-me mais que a liberdade é uma conquista estratégica, e sendo estratégica sempre deve ser vigiada pois constantemente será contestada. Logo, vejo a mensagem da primeira frase escrita aqui como sendo dirigida mais a quem falta a liberdade do que a quem já a tem. Mas, em termos gerais seria: Povo, prepare-se! Serão necessários muitos para conseguir tão pouco, e sempre haverá alguém espreitando para tolher o que foi conquistado. Se quiserem ter, manter ou reconquistar este estado transitório novamente, a questão é preparar-se para o quando e o como...